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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

País vive cenários extremos no desemprego

Nordeste convive com taxas mais elevadas do que no Sul, mais próximo do pleno emprego

Ilton Caldeira, iG São Paulo | 03/08/2010 05:45

O Brasil vive um período favorável no emprego, com a geração de mais vagas com carteira assinada e aumento na renda média do trabalhador. Mas apesar de a taxa de desemprego atingir 7% em junho, uma das mais baixas da história, o dado frio da estatística nacional não revela os extremos da realidade do emprego.

Enquanto a região metropolitana de Porto Alegre registra uma taxa de desemprego de 4,7%, a mais baixa contabilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), numa situação considerada pelos economistas de pleno emprego, a Grande Salvador possui um índice de 12%, o mais alto do País, cinco pontos acima da média nacional.

“O setor de serviços e a indústria do turismo são os grandes geradores de empregos em Salvador”, diz o economista da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, Luiz Chateaubriand, especializado na questão de emprego e renda.

Em junho, a Grande Salvador tinha 1,560 milhão de pessoas ocupadas, das quais cerca de 924 mil no setor de serviços, que também engloba as atividades ligadas ao turismo.

“Mas com a crescente formalização dos trabalhadores, o emprego autônomo, como o dos vendedores ambulantes, está perdendo importância e muita gente com um trabalho informal tem buscado uma oportunidade de emprego com proteção social e todos os direitos trabalhistas. Isso contribui para manter elevada a taxa de desocupação na região”, analisa o especialista.

Apesar dos sucessivos avanços verificados nos últimos anos, a região metropolitana de Salvador ainda carece de uma estrutura econômica capaz de gerar uma grande quantidade de empregos e suprir a demanda de mão de obra de forma mais intensa.

No Rio Grande do Sul, o economista Raul Bastos, coordenador do Núcleo de Análise de Emprego e Desemprego da Fundação de Economia e Estatística (FEE), diz que o aumento na geração de empregos formais, com carteira assinada, principalmente na área da indústria de transformação influenciou diretamente a redução do desemprego na região metropolitana de Porto Alegre nos últimos meses.

“O setor de serviços segue tendo um grande peso na geração de empregos, mas a indústria vem apresentando um forte incremento. O setor foi o mais afetado pela crise econômica e agora, com o crescimento do consumo e a retomada dos investimentos em produção, o segmento voltou a gerar postos de trabalho”, explica.

Segundo Bastos, em junho foram geradas na região metropolitana de Porto Alegre cerca de 22 mil vagas formais na indústria, cerca de 9 mil na construção civil, 6 mil postos no setor de serviços e outros 6 mil empregos no comércio, de acordo com dados coletados pela FEE.

Pleno emprego


A redução mais acentuada nas taxas de desemprego em algumas regiões do País fez com que metade das áreas metropoitanas analisadas pelo IBGE na Pesquisa Mensal de Emprego já apresentem o que os economistas classificam como pleno emprego.

Segundo especialistas no setor, para os padrões e características da economia brasileira esse cenário é alcançado quando a taxa de desocupação se situa entre 5 % e 6%.

O último relatório divulgado pelo IBGE, com dados da pesquisa de emprego referente ao mês de junho, aponta que as taxas de desocupação nas regiões metropolitanas de Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte já se encontram nessa faixa de pleno emprego.

De acordo com os dados do IBGE, a região metropolitana de Porto Alegre é a área que registra o menor nível de desemprego no País, com taxa de desocupação de 4,7% em junho. No mesmo período, a região metropolitana de Belo Horizonte, com um índice de desocupação de 5,1%, seguida pelo Rio de Janeiro, com 5,8% de desemprego, completam a área de pleno emprego do País, com base nos dados estatísticos.

Os dados do IBGE mostram que apesar da forte redução do desemprego em praticamente todo o País, a região metropolitana de Salvador registra a maior taxa de desocupação do Brasil com 12%, seguida por Recife, com um desemprego de 8,6%, e São Paulo, com taxa de 7,4% de desocupação.

O pleno emprego não significa o fim do desemprego, mas ocorre quando o nível de trabalhadores sem emprego se situa em uma faixa que os especialistas definem como friccional, ou seja, quando o trabalhador fica fora do mercado de trabalho por um curto período de tempo, entre 30 e 60 dias.

Isso ocorreu nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, quando houve uma forte expansão na produção e o desemprego oscilava na faixa de 2%. Na avaliação dos especialistas, os anos de governo do presidente Bill Clinton também podem ser considerados como de pleno emprego. Naquele momento, a taxa de desemprego entre os americanos chegou a ser de 4%.

Segue o link:

http://economia.ig.com.br/pais+vive+cenarios+extremos+no+desemprego/n1237737001862.html

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