O instituto de pesquisas Data Popular revela que em 2010, pela primeira vez, a renda que a classe D (entre R$ 511 e R$ 1.530) terá para gastar com produtos e serviços será maior que a da classe B (entre R$ 5.101 e R$ 10.200). Segundo o instituto, da massa total de rendimentos (R$ 1,380 trilhão), as famílias da classe D disporão de 28% (R$ 381,2 bilhões), enquanto a classe B ficará com 24% (329,5 bilhões).
O diretor do Data Popular, Renato Meirelles, ressalta que a situação econômica mais favorável para as camadas de menor renda tem o aumento do salário mínimo, benefícios sociais, como o Bolsa Família, e a geração de empregos formais na sua origem. Ele observa que “é a primeira vez que a classe D passa a ser o segundo maior estrato social em termos de consumo”, já que a classe C continua na liderança, com R$ 437,6 bilhões.
Segundo o assessor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sérgio Mendonça, a renda da classe D está atrelada ao salário mínimo. Ele explica que entre abril de 2003 e janeiro deste ano o salário mínimo teve aumento real (acima da inflação) de 53,7%. ”Nenhuma categoria teve esse ganho de renda no mesmo período”, observa.
Só em janeiro deste ano, por exemplo, foram injetados na economia R$ 26,6 bilhões ou 0,70% do PIB por causa do reajuste de 9,67% do mínimo. Mendonça acrescenta ainda dois fatores que favoreceram o potencial de consumo da baixa renda: a criação de empregos formais e o crédito consignado (aquele com juros mais baixos).
Compras - O potencial de consumo da classe D supera o da B nas categorias alimentação dentro do lar (R$ 68,2 bilhões); vestuário e acessórios (R$ 12,7 bilhões); móveis, eletrodomésticos e eletrônicos para o lar (R$ 16,3 bilhões); e remédios (R$ 9,9 bilhões). Em artigos de higiene, cuidados pessoais e limpeza do lar, o potencial de consumo das classes D e B se igualam (R$ 11 bilhões).
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo
www.estadão.com.br
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