Blog do Observatório do Trabalho


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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Balanço das negociações dos reajustes salariais do 1º semestre de 2010

proximadamente 97% das 290 negociações salariais registradas no primeiro semestre de 2010, pelo Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS) mantido pelo DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, conquistaram reajustes salariais iguais ou acima da inflação medida pelo INPC-IBGE, acumulada desde o último reajuste. Trata-se de um desempenho melhor que o obtido pelas mesmas 290 unidades de negociação nos anos de 2008 e 2009, quando o percentual de negociações com reajustes iguais ou superiores ao índice foi, respectivamente, 87% e 93%.

A melhora no resultado dos reajustes em 2010 frente ao observado nos dois anos anteriores é um indicativo do bom momento por que passa a negociação coletiva brasileira, em sintonia com a evolução dos indicadores econômicos do país.

A proporção dos aumentos reais em percentuais próximos do índice inflacionário continua elevada. Aproximadamente 63% dos reajustes em 2010 resultaram em ganhos reais de até 2% acima da inflação. É pequena a diferença em relação aos dois anos anteriores: 65% dos reajustes de 2008 e 64% dos reajustes de 2009 obtiveram aumentos reais equivalentes. Ainda assim, nota-se que em 2010 houve um sensível crescimento no número de negociações com aumentos reais acima desse patamar, pois cerca de 25% dos reajustes analisados resultaram em aumentos reais superiores a 2%. Em 2008, o percentual de negociações acima dessa faixa de ganho totalizava 11% e em 2009, 12%. Quanto aos aumentos reais acima de 3%, em 2010 representaram 12% do painel. Em 2008, 4% e em 2009, 5%. Vale ressaltar ainda que o número de reajustes acima de 5% do INPC-IBGE mais que triplicou entre 2009 e 2010, passando de 5 para 16 negociações.


Veja aqui a íntegra do trabalho.

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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Balanço do Emprego em Campinas e Região no 1º semestre de 2010 - principais resultados

• Região Metropolitana de Campinas (RMC)
o 1º semestre de 2010 foi o melhor da série histórica do CAGED para a RMC com 34.451 vagas (resultado 13,9% superior ao verificado no mesmo período de 2008, melhor resultado até então);
o Crescimento do estoque de vagas foi de 4,3% no 1º semestre (no país foi de 4,5%);
o Serviços e Indústria da Transformação foram os setores que mais se destacaram, com saldos bastante próximos: 12.819 (37,2% do saldo total) e 12.522 (36,3%), respectivamente;
o Destaque para Indústria do material de transporte com 3.313 vagas (26,5% das vagas da Indústria) [(Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores com 64,4% do saldo (2.133 vagas) e para a Fabricação de veículos ferroviários com 30,4% do saldo (1.007 vagas)] e a Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos com 1.863 vagas (14,8%);
o Retomada da relação entre salário de admissão e desligamento aos patamares anteriores a crise, indicando melhora salarial;
o Salário real médio da RMC passou para R$ 971 (média 1º sem/2010), crescimento de 4,0% em relação a 2009 e de 2,7% em relação a 2008, indicando que os salários tiveram crescimento real não apenas em relação ao ano de crise como ficaram maiores que a média salarial do pré-crise;
o RMC acumulou massa salarial de 20,0 milhões no 1º semestre, recuperando 50,6% da massa salarial perdida no ano anterior (39,5 milhões).
o As 20 ocupações que mais geraram saldo foram responsáveis por 58,2% do saldo total da RMC, (de 34.451 postos de trabalho, 20.043 foram gerados em apenas vinte famílias ocupacionais). Foram elas: Alimentadores de linhas de produção (11,1% do saldo), Agentes, assistentes e auxiliares administrativos (9,3%) e Ajudantes de obras civis (5,5%).

• Município de Campinas
o 1º semestre de 2010 foi o 2º melhor da série histórica do CAGED para Campinas com 9.066 vagas, (ficando atrás apenas do mesmo período de 2008 com 11.988 vagas);
o Crescimento do estoque de vagas foi de 2,7% no 1º semestre;
o Serviços foi responsável por mais da metade das vagas geradas (57,5%), totalizando 5.214 vagas no 1º semestre de 2010;
o A Indústria gerou 26,3% do saldo no 1º semestre do ano (2.388 vagas). Destaque para o subsetor da Indústria do material de transporte com 780 vagas (32,7% das vagas da Indústria);
o Crescimento real do salário médio em relação ao ano anterior foi de 6,3%, acima da média para a RMC. Entre 2008 e 2010, o crescimento do salário real de admissão foi de 3,2%.
o Perda salarial em 2009 foi de 18,3 milhões. No 1º semestre o acumulo foi de 3,1 milhões, saldo que recuperou 16,8% da massa perdida no ano anterior. A recuperação menor que a vista na RMC.Um dos fatores que explicam esse comportamento é o crescimento menor do emprego em Campinas em relação à RMC.
o As vinte famílias ocupacionais que mais empregaram foram responsáveis por 74,1% do saldo total de vagas no primeiro semestre, ou seja, três vagas em cada quatro geradas pertencem a um grupo de apenas vinte ocupações. As principais foram: Agentes, assistentes e auxiliares administrativos (13,3%), Ajudantes de obras civis (7,6%) e Preparadores e operadores de máquina ferramenta convencionais (6,3%).

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

País vive cenários extremos no desemprego

Nordeste convive com taxas mais elevadas do que no Sul, mais próximo do pleno emprego

Ilton Caldeira, iG São Paulo | 03/08/2010 05:45

O Brasil vive um período favorável no emprego, com a geração de mais vagas com carteira assinada e aumento na renda média do trabalhador. Mas apesar de a taxa de desemprego atingir 7% em junho, uma das mais baixas da história, o dado frio da estatística nacional não revela os extremos da realidade do emprego.

Enquanto a região metropolitana de Porto Alegre registra uma taxa de desemprego de 4,7%, a mais baixa contabilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), numa situação considerada pelos economistas de pleno emprego, a Grande Salvador possui um índice de 12%, o mais alto do País, cinco pontos acima da média nacional.

“O setor de serviços e a indústria do turismo são os grandes geradores de empregos em Salvador”, diz o economista da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, Luiz Chateaubriand, especializado na questão de emprego e renda.

Em junho, a Grande Salvador tinha 1,560 milhão de pessoas ocupadas, das quais cerca de 924 mil no setor de serviços, que também engloba as atividades ligadas ao turismo.

“Mas com a crescente formalização dos trabalhadores, o emprego autônomo, como o dos vendedores ambulantes, está perdendo importância e muita gente com um trabalho informal tem buscado uma oportunidade de emprego com proteção social e todos os direitos trabalhistas. Isso contribui para manter elevada a taxa de desocupação na região”, analisa o especialista.

Apesar dos sucessivos avanços verificados nos últimos anos, a região metropolitana de Salvador ainda carece de uma estrutura econômica capaz de gerar uma grande quantidade de empregos e suprir a demanda de mão de obra de forma mais intensa.

No Rio Grande do Sul, o economista Raul Bastos, coordenador do Núcleo de Análise de Emprego e Desemprego da Fundação de Economia e Estatística (FEE), diz que o aumento na geração de empregos formais, com carteira assinada, principalmente na área da indústria de transformação influenciou diretamente a redução do desemprego na região metropolitana de Porto Alegre nos últimos meses.

“O setor de serviços segue tendo um grande peso na geração de empregos, mas a indústria vem apresentando um forte incremento. O setor foi o mais afetado pela crise econômica e agora, com o crescimento do consumo e a retomada dos investimentos em produção, o segmento voltou a gerar postos de trabalho”, explica.

Segundo Bastos, em junho foram geradas na região metropolitana de Porto Alegre cerca de 22 mil vagas formais na indústria, cerca de 9 mil na construção civil, 6 mil postos no setor de serviços e outros 6 mil empregos no comércio, de acordo com dados coletados pela FEE.

Pleno emprego


A redução mais acentuada nas taxas de desemprego em algumas regiões do País fez com que metade das áreas metropoitanas analisadas pelo IBGE na Pesquisa Mensal de Emprego já apresentem o que os economistas classificam como pleno emprego.

Segundo especialistas no setor, para os padrões e características da economia brasileira esse cenário é alcançado quando a taxa de desocupação se situa entre 5 % e 6%.

O último relatório divulgado pelo IBGE, com dados da pesquisa de emprego referente ao mês de junho, aponta que as taxas de desocupação nas regiões metropolitanas de Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte já se encontram nessa faixa de pleno emprego.

De acordo com os dados do IBGE, a região metropolitana de Porto Alegre é a área que registra o menor nível de desemprego no País, com taxa de desocupação de 4,7% em junho. No mesmo período, a região metropolitana de Belo Horizonte, com um índice de desocupação de 5,1%, seguida pelo Rio de Janeiro, com 5,8% de desemprego, completam a área de pleno emprego do País, com base nos dados estatísticos.

Os dados do IBGE mostram que apesar da forte redução do desemprego em praticamente todo o País, a região metropolitana de Salvador registra a maior taxa de desocupação do Brasil com 12%, seguida por Recife, com um desemprego de 8,6%, e São Paulo, com taxa de 7,4% de desocupação.

O pleno emprego não significa o fim do desemprego, mas ocorre quando o nível de trabalhadores sem emprego se situa em uma faixa que os especialistas definem como friccional, ou seja, quando o trabalhador fica fora do mercado de trabalho por um curto período de tempo, entre 30 e 60 dias.

Isso ocorreu nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, quando houve uma forte expansão na produção e o desemprego oscilava na faixa de 2%. Na avaliação dos especialistas, os anos de governo do presidente Bill Clinton também podem ser considerados como de pleno emprego. Naquele momento, a taxa de desemprego entre os americanos chegou a ser de 4%.

Segue o link:

http://economia.ig.com.br/pais+vive+cenarios+extremos+no+desemprego/n1237737001862.html

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Aumenta troca de emprego por salário maior

Um levantamento do jornal Valor Econômico, com dados do Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que, nos primeiros cinco meses de 2010, dois recordes mudaram o padrão do mercado de trabalho brasileiro: das pessoas desligadas, 30,5% pediram demissão – percentual bem acima dos 26% de 2008; e, a troca de emprego por decisão do trabalhador levou os pedidos de seguro-desemprego ao menor nível em dez anos.

Segundo o jornal, 23,8% dos trabalhadores com Carteira assinada que deixaram os empregos entre janeiro e maio de 2008 pediram demissão. A proporção caiu em igual período do ano seguinte, para 16% dos desligados. O recorde anterior (26%) ocorreu entre junho e outubro de 2008, antes que os efeitos da crise mundial atingissem a economia brasileira.

Com o aumento das demissões por decisão do trabalhador, também aumenta a taxa de rotatividade no emprego formal, que oscila, desde 2005, em torno de 3,6% ao mês. No primeiro trimestre de 2008, chegou a atingir média de 4,07. Em igual período deste ano, a média foi maior e o resultado de junho, 4,10%, é o maior para o mês desde 2005.

Os dados de 2010 indicam que, neste ano, a rotatividade está aumentando também por decisão dos trabalhadores, que provavelmente encontraram um emprego melhor ou com maior remuneração. Por isso, ela ajuda a reduzir a demanda por seguro-desemprego.

Fonte: jornal Valor Econômico
www.valoronline.com.br

Consumo da classe D supera o da B puxado por valorização do mínimo

O instituto de pesquisas Data Popular revela que em 2010, pela primeira vez, a renda que a classe D (entre R$ 511 e R$ 1.530) terá para gastar com produtos e serviços será maior que a da classe B (entre R$ 5.101 e R$ 10.200). Segundo o instituto, da massa total de rendimentos (R$ 1,380 trilhão), as famílias da classe D disporão de 28% (R$ 381,2 bilhões), enquanto a classe B ficará com 24% (329,5 bilhões).

O diretor do Data Popular, Renato Meirelles, ressalta que a situação econômica mais favorável para as camadas de menor renda tem o aumento do salário mínimo, benefícios sociais, como o Bolsa Família, e a geração de empregos formais na sua origem. Ele observa que “é a primeira vez que a classe D passa a ser o segundo maior estrato social em termos de consumo”, já que a classe C continua na liderança, com R$ 437,6 bilhões.

Segundo o assessor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sérgio Mendonça, a renda da classe D está atrelada ao salário mínimo. Ele explica que entre abril de 2003 e janeiro deste ano o salário mínimo teve aumento real (acima da inflação) de 53,7%. ”Nenhuma categoria teve esse ganho de renda no mesmo período”, observa.

Só em janeiro deste ano, por exemplo, foram injetados na economia R$ 26,6 bilhões ou 0,70% do PIB por causa do reajuste de 9,67% do mínimo. Mendonça acrescenta ainda dois fatores que favoreceram o potencial de consumo da baixa renda: a criação de empregos formais e o crédito consignado (aquele com juros mais baixos).

Compras - O potencial de consumo da classe D supera o da B nas categorias alimentação dentro do lar (R$ 68,2 bilhões); vestuário e acessórios (R$ 12,7 bilhões); móveis, eletrodomésticos e eletrônicos para o lar (R$ 16,3 bilhões); e remédios (R$ 9,9 bilhões). Em artigos de higiene, cuidados pessoais e limpeza do lar, o potencial de consumo das classes D e B se igualam (R$ 11 bilhões).

Fonte: jornal O Estado de S. Paulo
www.estadão.com.br

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Com economia aquecida, cresce a pressão por reajustes salariais

GAZETA DO POVO (PR) • ECONOMIA • 21/7/2010

Total de categorias com aumento superior à inflação deve bater recorde em 2010. Sindicatos prometem ganhos reais de até 10% acima do INPC

O forte crescimento da economia, a escassez de mão de obra qualificada e a queda do desemprego devem inflar os reajustes salariais deste segundo semestre. Embalados pelo sucesso das negociações do ano passado, quando a economia brasileira mal havia saído da crise, sindicatos paranaenses prometem exigir aumentos reais acima da inflação ainda maiores em 2010. Enquanto em 2009 os ganhos reais no estado ficaram entre 1% e 2% na maioria dos casos, desta vez os trabalhadores prometem exigir porcentuais de 3% a 10% superiores ao Índice Nacional de Preços ao Consu­midor (INPC), usado como referência pelos sindicatos.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a tendência é que o total de categorias profissionais com reajuste superior à inflação bata recorde neste ano, superando a marca de 2007, quando 87,7% das negociações de todo o Brasil terminaram com ganhos reais para os trabalhadores. No ano passado, apesar da crise econômica, o índice foi de 79,9% no país, o terceiro maior da série histórica iniciada em 1996. “Neste ano deve subir não apenas o total de acordos com ganho real, como os próprios reajustes obtidos pelos trabalhadores. Os índices devem ser de, no mínimo, 2% acima do INPC”, prevê Cid Cordeiro, economista do escritório paranaense do Dieese.

Os acordos fechados no primeiro semestre servirão de combustível extra às negociações dos próximos meses. Entre janeiro e junho, funcionários da rede privada de saúde do Paraná conseguiram aumento de 1,4% acima da inflação; no comércio, os ganhos foram de 1,65% e, no setor de serviços, chegaram a 3,53%. Operários das indústrias de bebidas e eletroeletrônicos receberam 1% e 3%, respectivamente.

Sindicalistas costumam argumentar que, ao elevar o poder de compra dos trabalhadores, gordos reajustes salariais beneficiam toda a economia. Mas empresários e economistas ponderam que, ao elevar os custos das empresas e estimular fortemente o consumo, aumentos muito superiores à inflação podem gerar ainda mais inflação.

“Além da questão inflacionária, no Paraná temos um piso regional que é um dos maiores do país. Para a indústria, é de R$ 714, enquanto em São Paulo é de R$ 570. Nessa situação, pedir aumento real de 3% é extrapolar a realidade do mercado”, diz Amílton Stival, coordenador do conselho temático de relações de trabalho da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

“Há espaço para aumento real, mas é preciso cuidar com o tamanho dele. Pressões adicionais sobre os preços vão se refletir em juros mais altos no futuro, que por sua vez frearão a economia. E aí todos perdem”, alerta o economista Luciano Nakabashi, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Despesas

Para o bancário Luiz Pizetta, no entanto, os ganhos dos últimos anos foram “reais” apenas em relação ao INPC. “As despesas da classe média sobem muito mais que a inflação medida pelo INPC. A gente ganha aumento de 7%, mas o colégio particular sobe 12%. Então eu não posso dizer que meu poder aquisitivo cresceu.”

“Os sindicatos ligados à central devem pedir de 5% a 10% de aumento real”, avisa Marisa Stédile, secretária-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Na Força Sindical, a ordem é conseguir índices de ganho real maiores que os obtidos no primeiro semestre, que ficaram entre 1,5% e 2%, diz o secretário-geral da Força no Paraná, Clementino Vieira. A Fetiep, federação que reúne categorias industriais não organizadas em sindicatos, pretende exigir INPC mais metade da expansão do Produto Interno Bruto (PIB) ou seja, 3,6% de aumento real, considerando-se a estimativa de que o PIB crescerá 7,2% neste ano.

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) pretende arrancar das montadoras e de outras empresas do setor um reajuste real superior a 3,7%. “Esse foi o índice mais baixo que conseguimos em 2009, um ano que começou bastante complicado. Como 2010 é um ano muito melhor, o índice tem de ser mais alto”, diz Jamil Dávila, secretário-geral do SMC.

“Astronômicos”

Os bancários devem fechar sua pauta de reivindicações no próximo fim de semana, em sua conferência nacional. Mas já anunciam que vão pedir, no mínimo, o repasse do INPC acumulado em 12 meses que deve ficar em 5,5% em setembro, segundo previsão do Dieese mais 5% de aumento real. “Os bancos fazem parte de um setor que, com crise ou sem crise, sempre apresenta resultados astronômicos. Nada mais justo que dividi-los com os trabalhadores”, argumenta Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Saldo líquido de empregos supera marca de 10 milhões desde 2003

Comércio e serviços foram os que apresentaram o melhor desempenho no período, segundo dados do Caged

Ilton Caldeira, iG São Paulo | 15/07/2010 05:15 - Atualizada às 12:27

O dinamismo vigoroso da atividade econômica nos últimos anos contribuiu para o forte crescimento do mercado de trabalho no Brasil e o aumento da formalização da mão de obra. Com a divulgação dos dados de junho do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o País ultrapassou a marca de 10 milhões de empregos líquidos (o saldo total de admissões e dispensas de empregados, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho) criados desde 2003.

Até o mês de maio, o saldo líquido de empregos gerados no País era de 9.976.450 postos de trabalho. Com o resultado de junho, quando foram gerados 212.952 vagas, o saldo líquido atingiu 10.189.402.

Na avaliação de especialistas e estudiosos que acompanham a evolução do mercado de trabalho, esse resultado representa um dos melhores desempenhos da história recente do País, talvez só comparável ao período de forte crescimento da economia na década de 70 que ficou conhecido como “Milagre Brasileiro”.

Como o Caged sofreu uma mudança na metodologia em 2002, os dados consolidados anteriormente, desde 1992, não podem ser utilizados para efeito de comparação com o atual desempenho, segundo os analistas, sob o risco de gerar distorções e erros de interpretação.

Desempenho por região

A maior responsável por esse movimento de forte ampliação de vagas no mercado formal foi a região Sudeste. Desde janeiro de 2003, o saldo de empregos gerados nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo é de cerca de 5,7 milhões de postos de trabalho, sendo que a maior parte desse desempenho, cerca de 1,9 milhão de vagas líquidas, foi registrado na região metropolitana de São Paulo.

O desempenho na capital paulista e nas demais cidades da Grande São Paulo, equivale ao saldo líquido de empregos nos três Estados do Sul do País, desde 2003, a segunda melhor colocada entre as cinco regiões do Brasil. Nesse período, até maio de 2010, a região Sul acumula um saldo de aproximadamente 1,9 milhão de vagas, seguida pela região Nordeste, que tem um saldo líquido de cerca de 1,3 milhão de vagas.

As regiões Centro-Oeste, com um saldo líquido de 660 mil vagas, e Norte, com 380 mil vagas, também apresentaram avanços significativos, mas não na mesma intensidade verificada nas demais áreas do País, onde a atividade econômica apresentou um ritmo mais intenso.

Para o economista Fábio Romão, da consultoria LCA, além da forte expansão do mercado de trabalho, o principal ponto positivo é o processo crescente de formalização da mão de obra. “Isso aumenta o nível de confiança na economia e melhora o acesso das pessoas ao crédito, impulsionando diversos setores.”

Segundo Romão, esse processo de melhora do cenário no mercado de trabalho aconteceu na esteira do crescimento sustentado da economia entre 2004 e 2008. “ No início de 2009 houve uma interrupção nesse desempenho, por causa dos efeitos da crise financeira no fim de 2008. Mas já no segundo semestre do ano passado, muitos setores iniciaram uma volta ao ritmo de antes da crise e desde então a atividade tem sido muito intensa.”

Serviços e comércio

Os setores de serviços, com um saldo líquido de quase 4 milhões de vagas, e comércio, com 2,5 milhões de postos de trabalho foram os que apresentaram o desempenho mais vigoroso desde 2003, tendo sido reponsáveis por mais da metade do resultado consolidado verificado até o momento.

O setor industrial foi o mais atingido, num primeiro momento, pelos efeitos da crise financeira, mas voltou logo a se recompor e acumula um saldo de cerca de 2 milhões de empregos líquidos em pouco mais de sete anos. Já o segmento de construção civil passou praticamente ileso pelo período de turbulência na economia e manteve o ritmo de geração de empregos, acumulando um resultado líquido de 930 mil postos.

Para os especialistas, o processo de desindustrialização do emprego formal indica que o Brasil está evoluindo para um cenário já consolidado em economias mais maduras, como a dos Estados Unidos e em alguns países da Europa, onde a participação da população no emprego industrial vem caindo à medida que o setor de serviços se expande. “ Essa mudança no perfil do emprego não é negativa e indica que a economia brasileira está buscando outras formas de crescer”, afirma o economista da Gradual Investimentos, André Perfeito.

Na avaliação do economista João Paulo dos Reis Velloso, que foi titular do Ministério do Planejamento de 1969 a 1979, um elemento importante para manter e ampliar o crescimento da economia e do mercado de trabalho é o investimento tanto público, quanto o privado. “Além disso, é necessário qualificar melhor a mão de obra e gerar melhores posto de trabalho”, diz.

Síntese do comportamento do emprego em Junho segundo o CAGED/MTE

Brasil

O saldo de vagas no Brasil apresentou o segundo melhor junho da série histórica do CAGED (perdendo apenas para junho de 2008 com 309.442 vagas). Em junho foram 212.952 postos de trabalho no mês, um crescimento de 0,62% no estoque de emprego. Em relação ao mês anterior, houve uma queda do saldo de 28,5% (298.041 vagas em maio) e em relação ao mesmo mês do ano anterior houve um crescimento de 78,2% (119.495 vagas em junho de 2009).
O saldo acumulado no primeiro semestre do ano chegou a 1.473.320 vagas (crescimento de 4,5% do estoque de empregos no ano), em 2009 o saldo para o período havia sido de apenas 299.506 vagas. O saldo gerado nos seis primeiros meses de 2010 foi o melhor da série histórica (8,2% acima do mesmo período de 2008, melhor resultado até então com 1.361.388 vagas).
O setor que mais contribuiu para o saldo de junho foi Serviços com 57.450 vagas.

Região Metropolitana de Campinas
Na Região Metropolitana de Campinas foram gerados 2.005 postos de trabalho (dados de Holambra não inclusos), um crescimento de 0,25% sobre o estoque de mão de obra de maio e aumento do saldo em 83,9% em relação a junho de 2009 (1.091 vagas). No acumulado do ano já são 34.358 vagas, saldo 11 vezes maior que o mesmo período de 2009 (3.025 vagas). Esse período foi o melhor da RMC desde sua criação em 2000. O destaque na RMC foi a Indústria com 1.639 vagas.

Campinas

Campinas apresentou o segundo melhor semestre da série histórica do CAGED com 9.066 vagas, ficando atrás apenas do primeiro semestre de 2008 com 11.988 vagas. Em apenas um semestre, Campinas conseguiu gerar um saldo 72,1% superior ao gerado em todo o ano de 2009 (5.268 vagas).
Em junho, o município apresentou uma desaceleração no saldo de vagas tendo apresentado apenas 289 vagas, o que corresponde a 14,4% do total de vagas geradas na RMC. Esse número foi 18,4% inferior ao resultado de junho de 2009 (354 vagas) e 86,5% inferior ao saldo de maio de 2010 (2.143 vagas).
O setor que se destacou no município em junho foi a Indústria com uma geração de 334 postos de trabalho, 106,2% superior a maio (162 vagas). No primeiro semestre esse setor acumulou 2.388 vagas, saldo bastante expressivo em comparação ao saldo negativo do primeiro semestre de 2009 com 2.020 vagas.
O setor de Serviços veio em seguida com 208 vagas, queda de 80,0% em relação ao mês anterior (1.040 vagas) e crescimento de 77,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior (117 vagas em junho de 2009). Apesar da queda em junho, esse setor acumulou no primeiro semestre 5.214 vagas, saldo 67,2% acima do acumulado no primeiro semestre de 2009 (3.119 vagas).
O setor de Comércio também apresentou saldo negativo no mês (-97), mas no acumulado do semestre conta com 1.057 vagas, resultado bastante superior ao saldo obtido no mesmo período do ano anterior (-353 vagas no primeiro semestre de 2009).

quinta-feira, 15 de julho de 2010

AVISO DE PAUTA - CAGED

Data: 15/07/2010 (quinta-feira)
Hora: 11h
Local: MTE - Esplanada dos Ministérios, Bloco F, Sala 433. Brasília - DF.

Assunto: O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, anuncia os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes ao mês de junho de 2010.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Em 13 anos, 12,8 milhões saíram da pobreza absoluta, mostra Ipea

Taxa de pobreza absoluta caiu de 43,4% em 1995 para 28,8% em 2008.
Distribuição de renda só registrou piora no Distrito Federal.

Quase 13 milhões de brasileiros saíram da pobreza absoluta entre 1995 e 2008, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Pesquisas Econômicas (Ipea). Com isso, essa faixa, que considera famílias com rendimento médio por pessoa de até meio salário mínimo mensal, recuou de 43,4% para 28,8% do total da população no período.

A maior queda foi verificada na região Sul, onde a porcentagem da população em pobreza absoluta recuou 47,1%, de 34% para 13% do total. Com isso, a região ultrapassou o Sudeste como detentora do melhor indicador – no conjunto dos quatro estados desta região, a população em pobreza absoluta recuou de 29,9% para 19,5% do total.

Na região Nordeste, houve queda de 28,8% na taxa de pobreza absoluta. Ainda assim, 49,7% da população local vivia, em 2008, com até meio salário mínimo mensal – em 1995, essa porcentagem era de 69,8%

Para acessar a matéria completa, clique no link abaixo:
http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/07/em-13-anos-128-milhoes-sairam-da-pobreza-absoluta-mostra-ipea.html