A Geração de Emprego nos Pequenos Negócios da Região Metropolitana de Campinas
05 de Maio de 2010
CPAT – Centro Público de Apoio ao Trabalhador – Campinas
Avenida Dr. Campos Sales, 427 - Centro
08h30 às 12h00
Programação
08h30 Café da manhã e cadastramento
09h00 Abertura
Maristela Braga – Secretária Municipal de Trabalho e Renda
09h15 Painel:
A Geração de Emprego nos Pequenos Negócios da Região Metropolitana de Campinas
Apresentação:
Adriana Jungbluth – DIEESE/Observatório do Trabalho
Debatedores:
Anselmo Luis dos Santos – Professor Doutor e Pesquisador do CESIT-IE/UNICAMP
Tais Fernanda Camargo Antonio – Analista de Negócios do Sebrae (Escritório Regional Sudeste Paulista)
Laerte Martins – Observatório do Trabalho
11h30 Encerramento
Participe!
sexta-feira, 30 de abril de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Crescimento esperado do desemprego
Em comportamento típico para este período do ano, a taxa de desemprego metropolitano passou de 13,0%, em fevereiro, para 13,7%, em março. Apesar do crescimento, a taxa é a menor para o mês de março, desde 1998, no conjunto das regiões acompanhadas pelo Sistema PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) - Distrito Federal e regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo. A pesquisa é realizada pelo convênio mantido entre DIEESE e Fundação Seade, com o apoio do Ministério do Trabalho e Emprego e parceria com instituições e governos regionais, e registrou ainda uma queda de 9,3% na taxa quando a comparação é feita com março de 2009, ocasião em que o desemprego correspondia a 15,1% da população economicamente ativa.
Ainda que o crescimento da PEA - que totalizou 20.190 mil pessoas, em março, nas regiões pesquisadas - tenha sido pouco expressivo no mês (11 mil pessoas incorporaram-se ao mercado de trabalho), o total de desempregados chegou a 2.767 mil, o que representa um aumento de 149 mil pessoas em relação ao mês anterior. Este incremento resultou da redução de 0,8% no nível de ocupação, com o fechamento de 137 mil postos de trabalho. Assim, o total de ocupados nas seis regiões investigadas foi estimado em 17.423 mil pessoas. Em comparação com março de 2009, porém, o total de desempregados é de 228 mil a menos e o número de ocupados de 591 mil a mais.
O fechamento de postos de trabalho é esperado no primeiro trimestre, quando são dispensados trabalhadores contratados para dar conta do aquecimento da economia habitual dos últimos meses de cada ano. Em março, a eliminação de vagas concentrou-se no setor Serviços (-115 mil ocupações) e no Comércio (- 55 mil). Por outro lado, a Indústria mostrou aquecimento, com a abertura de 31 mil postos. Também a Construção Civil teve comportamento positivo, com a criação de 21 mil empregos. A compararação em 12 meses indica um crescimento no total de ocupações de 3,5%, resultado do bom desempenho de quase todos os setores. O maior crescimento ocorreu na Construção Civil (11,6%). No Comércio o avanço foi de 5,5% e na Indústria, de 4,4%.
Apesar da redução no total de ocupados, foi mantida a geração de postos com carteira assinada no setor privado (42 mil). Nos demais segmentos, houve eliminação de vagas, como, por exemplo, para assalariados sem carteira, autônomos e empregados domésticos. Também em relação a março de 2009 o principal destaque é a expansão do total de postos com vínculo formal, que cresceu 8,4%.
O rendimento médio real dos ocupados praticamente não variou em fevereiro (-0,1%) e seu valor ficou em R$ 1.274. Para o salário médio real, houve queda de 0,7%, e ele correspondeu a R$ 1.340. Na comparação com fevereiro de 2009, tanto o rendimento dos ocupados quanto o dos assalariados registraram crescimento de 0,4%.
Comportamento das regiões
Em março, o desemprego cresceu em todas as sete regiões onde o DIEESE e a Fundação Seade, com o apoio do MTE, realizam a Pesquisa de Emprego e Desemprego. O maior incremento (7,4%) ocorreu em São Paulo, onde a taxa passou de 12,2%, em fevereiro, para 13,1%. Em 12 meses, porém, houve recuo de 12,1%, uma vez que em março de 2009, a taxa correspondia a 14,9%. Em Salvador, a taxa aumentou 5,9%, passando de 18,8% em fevereiro, para 19,9%, em março. Em comparação com o ano passado - quando a taxa foi de 20,1% - houve queda de 1,0%. Na RM de Belo Horizonte, o desemprego cresceu 5,2%, com a taxa evoluindo de 9,7% para 10,2%, na comparação entre fevereiro e março. Em março de 2009 a taxa era igual a atual. No Distrito Federal, a taxa de 14,7%, registrada em março, é 4,3% maior que a de fevereiro (14,1%) e 14,5% menor que a de março de 2009 (17,2%). Em Fortaleza, região ainda não incluída na taxa metropolitana, a taxa de desemprego alcançou 10,2%, em março contra 9,9%, em fevereiro e 12,8% de março do ano passado. A taxa de desemprego, em Porto Alegre ficou, em março, em 9,8%, 2,1% maior que a de fevereiro (9,6%) e 16,2% menor que a de março de 2009 (11,7%). Recife apresentou o menor crescimento da taxa (1,6%), em março (9,8%) comparado com fevereiro (9,6%). Em relação a março de 2009 a taxa caiu 4,9%, pois então correspondia a 20,3%.
Em março, o nível de ocupação teve variação negativa em todas as regiões pesquisadas. Em Salvador, a queda foi de 1,3%; em São Paulo, de 0,9%; em Fortaleza, de 0,7%; em Belo Horizonte, de 0,6%; no Distrito Federal, de 0,6% e em Porto Alegre houve retração de 0,4%. Em Recife foi apurada relativa estabilidade (-0,1%). Na comparação anual, todas as regiões apresentaram desempenho positivo: Distrito Federal, alta de 6,1%; Fortaleza, 5,9%; Recife, 4,4%; São Paulo, 3,8%; Salvador, 2,4%; Belo Horizonte, 2,3% e Porto Alegre, 2,1%.
O rendimento médio real dos ocupados teve comportamento diferenciado nas regiões pesquisadas, em fevereiro comparado com janeiro. No Distrito Federal, houve redução de 1,6%, com seu valor passando a R$ 1.811. Também em São Paulo, ocorreu queda, neste caso de 0,6%, e o valor médio correspondeu a R$ 1.309. O mesmo recuo foi verificado em Belo Horizonte, com seu valor ficando em R$ 1.295. Em Salvador houve relativa estabilidade (-0,1%) e seu valor foi de R$ 1.024. Recife apresentou crescimento de 2,9%, com o valor médio chegando a R$ 841; em Porto Alegre o aumento foi de 2,7%, passando a equivaler, em média, a R$ 1.267; e em Fortaleza, houve incremento de 2,2%, e passou a corresponder a R$ 795. Também em 12 meses o comportamento do rendimento médio real foi diferenciado, com elevação em Recife (5,9%), Belo Horizonte (3,4%), Salvador (2,1%) e Porto Alegre (2,0%). Por outro lado, houve queda no Distrito Federal (-6,4%) e em Fortaleza (-1,2%) e relativa estabilidade em São Paulo (-0,2%).
Infelizmente, essa Pesquisa ainda não é realizada na Região Metropolitana de Campinas, portanto, não existem dados disponíveis para a região.
Ainda que o crescimento da PEA - que totalizou 20.190 mil pessoas, em março, nas regiões pesquisadas - tenha sido pouco expressivo no mês (11 mil pessoas incorporaram-se ao mercado de trabalho), o total de desempregados chegou a 2.767 mil, o que representa um aumento de 149 mil pessoas em relação ao mês anterior. Este incremento resultou da redução de 0,8% no nível de ocupação, com o fechamento de 137 mil postos de trabalho. Assim, o total de ocupados nas seis regiões investigadas foi estimado em 17.423 mil pessoas. Em comparação com março de 2009, porém, o total de desempregados é de 228 mil a menos e o número de ocupados de 591 mil a mais.
O fechamento de postos de trabalho é esperado no primeiro trimestre, quando são dispensados trabalhadores contratados para dar conta do aquecimento da economia habitual dos últimos meses de cada ano. Em março, a eliminação de vagas concentrou-se no setor Serviços (-115 mil ocupações) e no Comércio (- 55 mil). Por outro lado, a Indústria mostrou aquecimento, com a abertura de 31 mil postos. Também a Construção Civil teve comportamento positivo, com a criação de 21 mil empregos. A compararação em 12 meses indica um crescimento no total de ocupações de 3,5%, resultado do bom desempenho de quase todos os setores. O maior crescimento ocorreu na Construção Civil (11,6%). No Comércio o avanço foi de 5,5% e na Indústria, de 4,4%.
Apesar da redução no total de ocupados, foi mantida a geração de postos com carteira assinada no setor privado (42 mil). Nos demais segmentos, houve eliminação de vagas, como, por exemplo, para assalariados sem carteira, autônomos e empregados domésticos. Também em relação a março de 2009 o principal destaque é a expansão do total de postos com vínculo formal, que cresceu 8,4%.
O rendimento médio real dos ocupados praticamente não variou em fevereiro (-0,1%) e seu valor ficou em R$ 1.274. Para o salário médio real, houve queda de 0,7%, e ele correspondeu a R$ 1.340. Na comparação com fevereiro de 2009, tanto o rendimento dos ocupados quanto o dos assalariados registraram crescimento de 0,4%.
Comportamento das regiões
Em março, o desemprego cresceu em todas as sete regiões onde o DIEESE e a Fundação Seade, com o apoio do MTE, realizam a Pesquisa de Emprego e Desemprego. O maior incremento (7,4%) ocorreu em São Paulo, onde a taxa passou de 12,2%, em fevereiro, para 13,1%. Em 12 meses, porém, houve recuo de 12,1%, uma vez que em março de 2009, a taxa correspondia a 14,9%. Em Salvador, a taxa aumentou 5,9%, passando de 18,8% em fevereiro, para 19,9%, em março. Em comparação com o ano passado - quando a taxa foi de 20,1% - houve queda de 1,0%. Na RM de Belo Horizonte, o desemprego cresceu 5,2%, com a taxa evoluindo de 9,7% para 10,2%, na comparação entre fevereiro e março. Em março de 2009 a taxa era igual a atual. No Distrito Federal, a taxa de 14,7%, registrada em março, é 4,3% maior que a de fevereiro (14,1%) e 14,5% menor que a de março de 2009 (17,2%). Em Fortaleza, região ainda não incluída na taxa metropolitana, a taxa de desemprego alcançou 10,2%, em março contra 9,9%, em fevereiro e 12,8% de março do ano passado. A taxa de desemprego, em Porto Alegre ficou, em março, em 9,8%, 2,1% maior que a de fevereiro (9,6%) e 16,2% menor que a de março de 2009 (11,7%). Recife apresentou o menor crescimento da taxa (1,6%), em março (9,8%) comparado com fevereiro (9,6%). Em relação a março de 2009 a taxa caiu 4,9%, pois então correspondia a 20,3%.
Em março, o nível de ocupação teve variação negativa em todas as regiões pesquisadas. Em Salvador, a queda foi de 1,3%; em São Paulo, de 0,9%; em Fortaleza, de 0,7%; em Belo Horizonte, de 0,6%; no Distrito Federal, de 0,6% e em Porto Alegre houve retração de 0,4%. Em Recife foi apurada relativa estabilidade (-0,1%). Na comparação anual, todas as regiões apresentaram desempenho positivo: Distrito Federal, alta de 6,1%; Fortaleza, 5,9%; Recife, 4,4%; São Paulo, 3,8%; Salvador, 2,4%; Belo Horizonte, 2,3% e Porto Alegre, 2,1%.
O rendimento médio real dos ocupados teve comportamento diferenciado nas regiões pesquisadas, em fevereiro comparado com janeiro. No Distrito Federal, houve redução de 1,6%, com seu valor passando a R$ 1.811. Também em São Paulo, ocorreu queda, neste caso de 0,6%, e o valor médio correspondeu a R$ 1.309. O mesmo recuo foi verificado em Belo Horizonte, com seu valor ficando em R$ 1.295. Em Salvador houve relativa estabilidade (-0,1%) e seu valor foi de R$ 1.024. Recife apresentou crescimento de 2,9%, com o valor médio chegando a R$ 841; em Porto Alegre o aumento foi de 2,7%, passando a equivaler, em média, a R$ 1.267; e em Fortaleza, houve incremento de 2,2%, e passou a corresponder a R$ 795. Também em 12 meses o comportamento do rendimento médio real foi diferenciado, com elevação em Recife (5,9%), Belo Horizonte (3,4%), Salvador (2,1%) e Porto Alegre (2,0%). Por outro lado, houve queda no Distrito Federal (-6,4%) e em Fortaleza (-1,2%) e relativa estabilidade em São Paulo (-0,2%).
Infelizmente, essa Pesquisa ainda não é realizada na Região Metropolitana de Campinas, portanto, não existem dados disponíveis para a região.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Emprego com carteira já passa de 50%
O Estado de S. Paulo - 26/04/2010
Raquel Landim
Décimo terceiro salário, férias remuneradas, fundo de garantia e aposentadoria não são mais privilégios de uma minoria de brasileiros. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, pela primeira vez em 16 anos, metade dos trabalhadores das metrópoles do País tem a carteira assinada pelas empresas do setor privado.
A fatia de contratados em regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) atingiu 50,3% do total de ocupados em janeiro e 50,7% em fevereiro, conforme o IBGE. A informalidade nas metrópoles está em um de seus níveis mais baixos: 36,7% dos ocupados (18,1% trabalham sem carteira assinada e 18,6% por conta própria). Em fevereiro, os empresários respondiam por 4,5% do total, militares e funcionários públicos por 7,5%.
É a primeira vez que o setor privado emprega com registro metade dos trabalhadores das grandes cidades desde março de 1994, quando a abertura da economia, o câmbio valorizado, e a expansão dos serviços fechavam vagas nas indústrias. Em números absolutos, significa 11 milhões de pessoas com carteira assinada nas grandes cidades.
O resultado de março será divulgado na quinta-feira. Para analistas, a previsão é de alta comparado aos 49,3% de vagas formais de março de 2009. A tendência de avanço da fatia de trabalhadores com carteira é consistente. Em março de 2004, respondia por 43,9% dos ocupados, saltou para 45,7% em março de 2006, 48,3% em março de 2008.
"A formalização do trabalho e a recuperação dos salários demonstram como o Brasil saiu rápido da crise", disse o secretário-geral da Confederação Única de Trabalhadores (CUT), Quintino Severo. Para o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, "é um círculo virtuoso, porque a expansão da economia gera mais formalização, que volta a alimentar o crescimento."
Segundo especialistas, vários motivos explicam a disposição das empresas em assinar a carteira do trabalhador, apesar do peso dos impostos. O principal é o crescimento da economia, mas também influenciam inflação controlada (que traz previsibilidade), expansão do crédito (os investidores exigem o cumprimento das leis antes de colocar dinheiro em uma empresa) e maior fiscalização.
Desafios. Apesar dos avanços, quase 8 milhões de pessoas tem um emprego precário nas metrópoles do País, segundo o IBGE. No interior, esse número se multiplica, porque as cidades concentram o emprego formal. Na agricultura, a produção de subsistência é quase toda informal. Entre as 6,5 milhões de empregadas domésticas brasileiras, apenas 1,5 milhão tem carteira assinada. Muitas pequenas e médias empresas trabalham na informalidade, porque não conseguem pagar os impostos e encargos sociais que fazem um trabalhador custar para a empresa o dobro do seu salário.
Raquel Landim
Décimo terceiro salário, férias remuneradas, fundo de garantia e aposentadoria não são mais privilégios de uma minoria de brasileiros. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, pela primeira vez em 16 anos, metade dos trabalhadores das metrópoles do País tem a carteira assinada pelas empresas do setor privado.
A fatia de contratados em regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) atingiu 50,3% do total de ocupados em janeiro e 50,7% em fevereiro, conforme o IBGE. A informalidade nas metrópoles está em um de seus níveis mais baixos: 36,7% dos ocupados (18,1% trabalham sem carteira assinada e 18,6% por conta própria). Em fevereiro, os empresários respondiam por 4,5% do total, militares e funcionários públicos por 7,5%.
É a primeira vez que o setor privado emprega com registro metade dos trabalhadores das grandes cidades desde março de 1994, quando a abertura da economia, o câmbio valorizado, e a expansão dos serviços fechavam vagas nas indústrias. Em números absolutos, significa 11 milhões de pessoas com carteira assinada nas grandes cidades.
O resultado de março será divulgado na quinta-feira. Para analistas, a previsão é de alta comparado aos 49,3% de vagas formais de março de 2009. A tendência de avanço da fatia de trabalhadores com carteira é consistente. Em março de 2004, respondia por 43,9% dos ocupados, saltou para 45,7% em março de 2006, 48,3% em março de 2008.
"A formalização do trabalho e a recuperação dos salários demonstram como o Brasil saiu rápido da crise", disse o secretário-geral da Confederação Única de Trabalhadores (CUT), Quintino Severo. Para o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, "é um círculo virtuoso, porque a expansão da economia gera mais formalização, que volta a alimentar o crescimento."
Segundo especialistas, vários motivos explicam a disposição das empresas em assinar a carteira do trabalhador, apesar do peso dos impostos. O principal é o crescimento da economia, mas também influenciam inflação controlada (que traz previsibilidade), expansão do crédito (os investidores exigem o cumprimento das leis antes de colocar dinheiro em uma empresa) e maior fiscalização.
Desafios. Apesar dos avanços, quase 8 milhões de pessoas tem um emprego precário nas metrópoles do País, segundo o IBGE. No interior, esse número se multiplica, porque as cidades concentram o emprego formal. Na agricultura, a produção de subsistência é quase toda informal. Entre as 6,5 milhões de empregadas domésticas brasileiras, apenas 1,5 milhão tem carteira assinada. Muitas pequenas e médias empresas trabalham na informalidade, porque não conseguem pagar os impostos e encargos sociais que fazem um trabalhador custar para a empresa o dobro do seu salário.
Convite
Em comemoração ao dia do Trabalho, a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda de Campinas está organizando uma semana especial de eventos ligados ao trabalho.
No dia 05/05 a partir das 8h30, o Observatório do Trabalho realizará o Seminário "A Geração de Emprego nos Pequenos Negócios da Região Metropolitana de Campinas".
A agenda completa e mais detalhes do Seminário serão disponibilizados em breve.
No dia 05/05 a partir das 8h30, o Observatório do Trabalho realizará o Seminário "A Geração de Emprego nos Pequenos Negócios da Região Metropolitana de Campinas".
A agenda completa e mais detalhes do Seminário serão disponibilizados em breve.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
A volta do investimento
Júlio Gomes de Almeida - Professor de Economia da Unicamp
16/04/10 07:13
http://www.brasileconomico.com.br/noticias/a-volta-do-investimento_80768.html
A crise interrompeu um ciclo de investimentos que se desenvolvia no Brasil. Mas, na medida em que seus efeitos foram controlados, não foi removida a perspectiva favorável que nutre a decisão de investir, vale dizer, a expectativa de um mercado em expansão que torna possível ao empresário antecipar uma atrativa rentabilidade do capital.
Por isso, assim que a economia mostrou sinais de que deixava o pior para trás, a disposição de apostar no futuro reapareceu e a "febre" de novos projetos foi revivida.
O risco de interrupção de um processo como esse que é difícil de ser desencadeado deveria merecer avaliação cuidadosa pelo governo antes de voltar a elevar a taxa de juros.
No setor industrial o retorno ao investimento é generalizado e, a despeito do forte aumento da demanda, já se mostra capaz de estabilizar a utilização da capacidade produtiva em um nível confortável como 84%.
A Fiesp divulgou nessa semana o resultado de um levantamento sobre a intenção de investir da indústria em 2010. Apurou um aumento de 26% sobre o ano anterior. Antes, uma pesquisa da CNI mostrou basicamente o
mesmo, ou seja, que o investimento está em franca aceleração.
Isso pode assegurar o atendimento da demanda sem pressões sobre os preços e, simultaneamente, confere atratividade a novos investimentos que irão agregar capacidade de produção à economia. Em outros setores, como infraestrutura e habitação, é também muito significativa e disseminada a disposição de investir.
Mas, dada a virtual ausência de crédito de longo prazo no sistema bancário do país e as limitações do mercado doméstico de ações e de títulos corporativos, o presente ciclo de inversões pode esbarrar em limitações do
financiamento.
As operações do BNDES e do sistema de poupança vêm preenchendo parcialmente a lacuna do financiamento doméstico e, por isso, são absolutamente indispensáveis, mas podem não ser suficientes quando há uma grande evolução das inversões e consequente aumento da demanda por recursos de longo prazo.
O BNDES vem suprindo as maiores necessidades de fundos mediante uma grande colocação de títulos de dívida pública que talvez encontre um limite proximamente. No caso da habitação, o sistema em vigor se beneficiou da maior captação de depósitos de poupança durante o período de crise, mas esse impulso pode perder força, enquanto a demanda de financiamento do setor pode vir a crescer ainda mais.
Em suma, reduzir de modo significativo a escassez de fundos de longo prazo é condição importante para que o ciclo de investimentos tenha sequência.
Existem lacunas nesse ciclo que precisam ser apontadas, por exemplo, na exportação e na inovação.
No primeiro caso, o câmbio valorizado e outros fatores elevam o custo de produção no país e impedem que decolem os projetos da área; no segundo, os investimentos irão aumentar à medida que o crescimento econômico mostre maior sustentação, mas incentivos mais eficazes poderiam ajudar a antecipá-los.
Julio Gomes de Almeida é professor de economia da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
16/04/10 07:13
http://www.brasileconomico.com.br/noticias/a-volta-do-investimento_80768.html
A crise interrompeu um ciclo de investimentos que se desenvolvia no Brasil. Mas, na medida em que seus efeitos foram controlados, não foi removida a perspectiva favorável que nutre a decisão de investir, vale dizer, a expectativa de um mercado em expansão que torna possível ao empresário antecipar uma atrativa rentabilidade do capital.
Por isso, assim que a economia mostrou sinais de que deixava o pior para trás, a disposição de apostar no futuro reapareceu e a "febre" de novos projetos foi revivida.
O risco de interrupção de um processo como esse que é difícil de ser desencadeado deveria merecer avaliação cuidadosa pelo governo antes de voltar a elevar a taxa de juros.
No setor industrial o retorno ao investimento é generalizado e, a despeito do forte aumento da demanda, já se mostra capaz de estabilizar a utilização da capacidade produtiva em um nível confortável como 84%.
A Fiesp divulgou nessa semana o resultado de um levantamento sobre a intenção de investir da indústria em 2010. Apurou um aumento de 26% sobre o ano anterior. Antes, uma pesquisa da CNI mostrou basicamente o
mesmo, ou seja, que o investimento está em franca aceleração.
Isso pode assegurar o atendimento da demanda sem pressões sobre os preços e, simultaneamente, confere atratividade a novos investimentos que irão agregar capacidade de produção à economia. Em outros setores, como infraestrutura e habitação, é também muito significativa e disseminada a disposição de investir.
Mas, dada a virtual ausência de crédito de longo prazo no sistema bancário do país e as limitações do mercado doméstico de ações e de títulos corporativos, o presente ciclo de inversões pode esbarrar em limitações do
financiamento.
As operações do BNDES e do sistema de poupança vêm preenchendo parcialmente a lacuna do financiamento doméstico e, por isso, são absolutamente indispensáveis, mas podem não ser suficientes quando há uma grande evolução das inversões e consequente aumento da demanda por recursos de longo prazo.
O BNDES vem suprindo as maiores necessidades de fundos mediante uma grande colocação de títulos de dívida pública que talvez encontre um limite proximamente. No caso da habitação, o sistema em vigor se beneficiou da maior captação de depósitos de poupança durante o período de crise, mas esse impulso pode perder força, enquanto a demanda de financiamento do setor pode vir a crescer ainda mais.
Em suma, reduzir de modo significativo a escassez de fundos de longo prazo é condição importante para que o ciclo de investimentos tenha sequência.
Existem lacunas nesse ciclo que precisam ser apontadas, por exemplo, na exportação e na inovação.
No primeiro caso, o câmbio valorizado e outros fatores elevam o custo de produção no país e impedem que decolem os projetos da área; no segundo, os investimentos irão aumentar à medida que o crescimento econômico mostre maior sustentação, mas incentivos mais eficazes poderiam ajudar a antecipá-los.
Julio Gomes de Almeida é professor de economia da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Mão de obra pressiona custo das empresas
Valor Econômico - 19/04/2010
João Villaverde e Sergio Lamucci, de São Paulo
Os salários estão em alta e a demanda por mão de obra não para de crescer. A rotatividade no mercado de trabalho, tradicional instrumento de redução de custos com funcionários de salários mais altos, perde eficácia. Graças à intensa procura por trabalhadores, os salários estão subindo para níveis cada vez mais elevados. Os contratados com carteira assinada em fevereiro receberam o equivalente a 97% do salário dos demitidos - o segundo maior nível da década, inferior apenas aos 98% atingidos em janeiro de 2008, segundo estudo da LCA Consultores.
Com o aumento da demanda dos empresários por mão de obra para ampliar a produção e os negócios, os sindicatos ganham musculatura e fortalecem seu poder de barganha nas empresas, diz o economista Fábio Romão, da LCA. Em momentos de aquecimento do mercado de trabalho, estreita-se a diferença entre os salários dos demitidos e contratados, como agora. A melhora ocorreu especialmente a partir do segundo semestre do ano passado. Em junho de 2009, num momento em que o mercado de trabalho ainda patinava, a remuneração dos admitidos caiu a 86% do valor da que era obtida pelos desligados.
Para Romão, a alta na remuneração se deve principalmente a um movimento rápido de recomposição da mão de obra na indústria, que paga salários mais elevados que os outros setores. Ele acredita que a indústria pode zerar os postos de trabalho perdidos na crise agora em abril, gerando saldo líquido superior a 90 mil vagas. Em março, a indústria criou 75,5 mil empregos formais.
A aceleração do movimento de procura por força de trabalho começa a esbarrar em gargalos. Há pressões em setores-chaves da recente retomada econômica, como a construção civil. No Rio de Janeiro, segundo o sindicato da categoria, os trabalhadores conquistaram no mês passado reajuste nominal entre 8,99% e 10,86%. Nos 12 meses até março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulou alta de 5,3%.
Em São Paulo, o reajuste poderá ser ainda maior. O sindicato dos trabalhadores no Estado negocia proposta de reajuste de 10% acima da inflação. " Há uma guerra entre as empreiteiras, que lutam pelos mesmos pedreiros e mestres de obras. Os trabalhadores estão ganhando sempre. Nem durante os anos 70, quando havia muita demanda devido à política industrial do Estado, vimos situação parecida " , diz Antônio Ramalho, presidente do sindicato.
O vice-presidente de relações capital trabalho do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Haruo Ishikawa, adota um discurso cauteloso, preferindo não dizer qual percentual de aumento considera factível para os trabalhadores do setor, por estar na mesa de negociação. " É necessário ter os pés no chão " , diz ele, observando que insumos importantes como o aço têm subido de preço. O longo período de estagnação do setor, que durou até 2004, deixou como herança a escassez de mão de obra mais qualificada, diz Ishikawa. Segundo ele, o setor tem um convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para qualificar 60 mil trabalhadores neste ano em São Paulo. " E o setor está acostumado a qualificar trabalhadores nos canteiros de obras. "
O economista Fábio Ramos, da Quest Investimentos, destaca a alta dos salários na construção civil. Nos 12 meses até abril, o custo da mão de obra subiu 9,71%, segundo o Índice Nacional do Custo da Construção - 10 (INCC-10). É a maior alta nessa base de comparação desde julho de 2004. Ramos ressalta que a criação de empregos formais em março foi disseminada por todos os setores. A construção foi bem, com a geração de 38,6 mil vagas, mas o grande destaque foi o setor de serviços, com 112,5 mil postos. Os juros baixos para padrões brasileiros e a expectativa de forte crescimento são importantes para explicar a atual força do mercado de trabalho, diz Ramos.
Segundo Clemente Ganz Lúcio, diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), os acordos com reajustes reais devem superar o recorde atingido em 2009. No ano passado, segundo levantamento do Dieese, o equivalente a 79,9% dos sindicatos de trabalhadores conquistaram acordos salariais superiores a inflação. " O ambiente é extremamente favorável às negociações. O país está crescendo de maneira diversificada, todos os setores estão demandando mão de obra, ampliando investimentos e se apoiando no mercado interno, que se fortalece justamente com a melhora do emprego e dos salários " , afirma.
A melhora na remuneração convive com o aumento da formalização, observa Romão. Para o economista, esse movimento duplo facilita o acesso do trabalhador a linhas de crédito, aumentando, portanto, seu poder de compra. A aceleração do consumo, por outro lado, já tem se refletido em aumento de preços (ver abaixo).
As pressões são mais evidentes na construção civil, mas também começam a aparecer em outros setores. Na indústria elétrica e eletrônica já há relatos de falta de mão de obra qualificada, segundo o gerente de economia da Abinee (a associação que reúne as empresas do setor), Luiz Cezar Elias Rochel. Segundo ele, a escassez de profissionais qualificados vai " do chão de fábrica até os níveis executivos " . O ponto é que mesmo no caso dos profissionais que atuam no chão de fábrica há exigência de qualificação, segundo ele.
Na indústria eletrônica, há necessidade de conhecimento para lidar com equipamentos computadorizados, por exemplo. " Começa a ocorrer uma disputa entre as empresas por trabalhadores mais qualificados " , afirma. Não são pressões de custos generalizadas, como no caso de um dissídio elevado, muito acima da inflação, mas de todo modo há um impacto, ainda que mais localizado. O número de trabalhadores no setor, que era de 165 mil trabalhadores em outubro de 2008 e caiu para 155 mil em maio de 2009, por conta do impacto da crise, voltou a 165 mil em fevereiro, diz Rochel.
Na indústria têxtil também começa a haver escassez de mão de obra qualificada em lugares como São Paulo e Santa Catarina, segundo o diretor-superintendente da Abit (a associação do setor), Fernando Pimentel. Ele diz que a questão do custo de mão de obra preocupa o segmento, que já enfrenta a forte concorrência dos asiáticos, facilitada pelo câmbio valorizado. Nesse cenário, ele considera importante que as negociações salariais sejam conduzidas com cautela, para não haver aumentos de custos muito pesados.
" A aceleração da economia pode e deve ser usada em mesas de negociação para aumentar salários " , diz Artur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que congrega quase 7 milhões de trabalhadores. " Se num ano de crise disputávamos 1% ou 2% de aumento real, podemos conseguir mais num ano de alta forte do PIB. "
João Villaverde e Sergio Lamucci, de São Paulo
Os salários estão em alta e a demanda por mão de obra não para de crescer. A rotatividade no mercado de trabalho, tradicional instrumento de redução de custos com funcionários de salários mais altos, perde eficácia. Graças à intensa procura por trabalhadores, os salários estão subindo para níveis cada vez mais elevados. Os contratados com carteira assinada em fevereiro receberam o equivalente a 97% do salário dos demitidos - o segundo maior nível da década, inferior apenas aos 98% atingidos em janeiro de 2008, segundo estudo da LCA Consultores.
Com o aumento da demanda dos empresários por mão de obra para ampliar a produção e os negócios, os sindicatos ganham musculatura e fortalecem seu poder de barganha nas empresas, diz o economista Fábio Romão, da LCA. Em momentos de aquecimento do mercado de trabalho, estreita-se a diferença entre os salários dos demitidos e contratados, como agora. A melhora ocorreu especialmente a partir do segundo semestre do ano passado. Em junho de 2009, num momento em que o mercado de trabalho ainda patinava, a remuneração dos admitidos caiu a 86% do valor da que era obtida pelos desligados.
Para Romão, a alta na remuneração se deve principalmente a um movimento rápido de recomposição da mão de obra na indústria, que paga salários mais elevados que os outros setores. Ele acredita que a indústria pode zerar os postos de trabalho perdidos na crise agora em abril, gerando saldo líquido superior a 90 mil vagas. Em março, a indústria criou 75,5 mil empregos formais.
A aceleração do movimento de procura por força de trabalho começa a esbarrar em gargalos. Há pressões em setores-chaves da recente retomada econômica, como a construção civil. No Rio de Janeiro, segundo o sindicato da categoria, os trabalhadores conquistaram no mês passado reajuste nominal entre 8,99% e 10,86%. Nos 12 meses até março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulou alta de 5,3%.
Em São Paulo, o reajuste poderá ser ainda maior. O sindicato dos trabalhadores no Estado negocia proposta de reajuste de 10% acima da inflação. " Há uma guerra entre as empreiteiras, que lutam pelos mesmos pedreiros e mestres de obras. Os trabalhadores estão ganhando sempre. Nem durante os anos 70, quando havia muita demanda devido à política industrial do Estado, vimos situação parecida " , diz Antônio Ramalho, presidente do sindicato.
O vice-presidente de relações capital trabalho do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Haruo Ishikawa, adota um discurso cauteloso, preferindo não dizer qual percentual de aumento considera factível para os trabalhadores do setor, por estar na mesa de negociação. " É necessário ter os pés no chão " , diz ele, observando que insumos importantes como o aço têm subido de preço. O longo período de estagnação do setor, que durou até 2004, deixou como herança a escassez de mão de obra mais qualificada, diz Ishikawa. Segundo ele, o setor tem um convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para qualificar 60 mil trabalhadores neste ano em São Paulo. " E o setor está acostumado a qualificar trabalhadores nos canteiros de obras. "
O economista Fábio Ramos, da Quest Investimentos, destaca a alta dos salários na construção civil. Nos 12 meses até abril, o custo da mão de obra subiu 9,71%, segundo o Índice Nacional do Custo da Construção - 10 (INCC-10). É a maior alta nessa base de comparação desde julho de 2004. Ramos ressalta que a criação de empregos formais em março foi disseminada por todos os setores. A construção foi bem, com a geração de 38,6 mil vagas, mas o grande destaque foi o setor de serviços, com 112,5 mil postos. Os juros baixos para padrões brasileiros e a expectativa de forte crescimento são importantes para explicar a atual força do mercado de trabalho, diz Ramos.
Segundo Clemente Ganz Lúcio, diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), os acordos com reajustes reais devem superar o recorde atingido em 2009. No ano passado, segundo levantamento do Dieese, o equivalente a 79,9% dos sindicatos de trabalhadores conquistaram acordos salariais superiores a inflação. " O ambiente é extremamente favorável às negociações. O país está crescendo de maneira diversificada, todos os setores estão demandando mão de obra, ampliando investimentos e se apoiando no mercado interno, que se fortalece justamente com a melhora do emprego e dos salários " , afirma.
A melhora na remuneração convive com o aumento da formalização, observa Romão. Para o economista, esse movimento duplo facilita o acesso do trabalhador a linhas de crédito, aumentando, portanto, seu poder de compra. A aceleração do consumo, por outro lado, já tem se refletido em aumento de preços (ver abaixo).
As pressões são mais evidentes na construção civil, mas também começam a aparecer em outros setores. Na indústria elétrica e eletrônica já há relatos de falta de mão de obra qualificada, segundo o gerente de economia da Abinee (a associação que reúne as empresas do setor), Luiz Cezar Elias Rochel. Segundo ele, a escassez de profissionais qualificados vai " do chão de fábrica até os níveis executivos " . O ponto é que mesmo no caso dos profissionais que atuam no chão de fábrica há exigência de qualificação, segundo ele.
Na indústria eletrônica, há necessidade de conhecimento para lidar com equipamentos computadorizados, por exemplo. " Começa a ocorrer uma disputa entre as empresas por trabalhadores mais qualificados " , afirma. Não são pressões de custos generalizadas, como no caso de um dissídio elevado, muito acima da inflação, mas de todo modo há um impacto, ainda que mais localizado. O número de trabalhadores no setor, que era de 165 mil trabalhadores em outubro de 2008 e caiu para 155 mil em maio de 2009, por conta do impacto da crise, voltou a 165 mil em fevereiro, diz Rochel.
Na indústria têxtil também começa a haver escassez de mão de obra qualificada em lugares como São Paulo e Santa Catarina, segundo o diretor-superintendente da Abit (a associação do setor), Fernando Pimentel. Ele diz que a questão do custo de mão de obra preocupa o segmento, que já enfrenta a forte concorrência dos asiáticos, facilitada pelo câmbio valorizado. Nesse cenário, ele considera importante que as negociações salariais sejam conduzidas com cautela, para não haver aumentos de custos muito pesados.
" A aceleração da economia pode e deve ser usada em mesas de negociação para aumentar salários " , diz Artur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que congrega quase 7 milhões de trabalhadores. " Se num ano de crise disputávamos 1% ou 2% de aumento real, podemos conseguir mais num ano de alta forte do PIB. "
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Emprego cresce novamente em Campinas e Região
O saldo de vagas no Brasil cresceu pelo terceiro mês consecutivo, apresentando em março 266.415 postos de trabalho, melhor resultado para o mês na série histórica do CAGED, com crescimento de 0,81% do estoque de emprego. Em relação ao mês anterior, o crescimento do saldo foi de 27,2% (209.425 vagas) e em relação ao mesmo mês do ano anterior foi de 665,2% (34.818 vagas). O saldo acumulado no trimestre chegou a 657.259 vagas (crescimento de 1,99% do estoque), no primeiro trimestre de 2009 o saldo tinha sido negativo em mais de 57 mil vagas.
Na Região Metropolitana de Campinas foram gerados 6.934 postos de trabalho, um crescimento de 0,68% sobre o estoque de mão de obra e 24% em relação ao mês anterior (fevereiro de 2010). No acumulado do trimestre já são 18.596 vagas, saldo 662,5% acima do mesmo trimestre do ano anterior.
O setor de serviços destacou-se com a geração de 3.482 postos, cerca de 137% superior a março de 2009 e 26,7% em relação ao mês anterior. Em seguida vem a Indústria com 1.668 postos, saldo 157,7% superior ao de março de 2009. O setor de Construção Civil apresentou um saldo de 640 vagas, com uma leve queda de 27,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, mas 36,4% acima de fevereiro de 2010. O Comércio também merece destaque com saldo de 462 postos, confirmando a recuperação esperada para o setor no mês, que historicamente apresenta saldo negativo nos dois primeiros meses do ano.
O resultado de Campinas acompanhou o crescimento do país e da Região Metropolitana apresentando saldo de 2.313 vagas, o que corresponde a 33,4% do total de vagas geradas na RMC. Esse número foi 476,8% superior ao resultado de março de 2009 e 91,3% superior ao saldo de fevereiro de 2010. No trimestre já são 4.928 vagas, resultado bastante superior as 188 vagas do primeiro trimestre de 2009.
O destaque foi novamente o setor de Serviços com uma geração de 1.546 postos, 125,7% superior a março do ano anterior e 53,7% em relação a fevereiro. A Indústria veio em seguida com 354 vagas e já acumulou 1.567 vagas no ano, mostrando a recuperação do segmento que mais perdeu vagas com o efeito da crise. O setor de Comércio teve saldo de 206 vagas, mostrando a recuperação esperada para o setor no mês em questão. A Construção Civil, que teve baixo desempenho no primeiro bimestre do ano, apresentou saldo de 111 vagas, indicando que o setor está novamente se aquecendo.
O resultado de março de 2010 foi o segundo maior para Campinas desde 2004 e o melhor da Região Metropolitana.
Na Região Metropolitana de Campinas foram gerados 6.934 postos de trabalho, um crescimento de 0,68% sobre o estoque de mão de obra e 24% em relação ao mês anterior (fevereiro de 2010). No acumulado do trimestre já são 18.596 vagas, saldo 662,5% acima do mesmo trimestre do ano anterior.
O setor de serviços destacou-se com a geração de 3.482 postos, cerca de 137% superior a março de 2009 e 26,7% em relação ao mês anterior. Em seguida vem a Indústria com 1.668 postos, saldo 157,7% superior ao de março de 2009. O setor de Construção Civil apresentou um saldo de 640 vagas, com uma leve queda de 27,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, mas 36,4% acima de fevereiro de 2010. O Comércio também merece destaque com saldo de 462 postos, confirmando a recuperação esperada para o setor no mês, que historicamente apresenta saldo negativo nos dois primeiros meses do ano.
O resultado de Campinas acompanhou o crescimento do país e da Região Metropolitana apresentando saldo de 2.313 vagas, o que corresponde a 33,4% do total de vagas geradas na RMC. Esse número foi 476,8% superior ao resultado de março de 2009 e 91,3% superior ao saldo de fevereiro de 2010. No trimestre já são 4.928 vagas, resultado bastante superior as 188 vagas do primeiro trimestre de 2009.
O destaque foi novamente o setor de Serviços com uma geração de 1.546 postos, 125,7% superior a março do ano anterior e 53,7% em relação a fevereiro. A Indústria veio em seguida com 354 vagas e já acumulou 1.567 vagas no ano, mostrando a recuperação do segmento que mais perdeu vagas com o efeito da crise. O setor de Comércio teve saldo de 206 vagas, mostrando a recuperação esperada para o setor no mês em questão. A Construção Civil, que teve baixo desempenho no primeiro bimestre do ano, apresentou saldo de 111 vagas, indicando que o setor está novamente se aquecendo.
O resultado de março de 2010 foi o segundo maior para Campinas desde 2004 e o melhor da Região Metropolitana.
terça-feira, 6 de abril de 2010
Brasil manteve nível salarial em 2009, apesar da crise, segundo Dieese
AGÊNCIA DIAP (DF) • NOTÍCIAS • 5/4/2010 • 03:43:00
O Brasil conseguiu manter a massa salarial e o nível do emprego ao longo da crise financeira de 2009, em relação a 2008. A avaliação foi feita pelo coordenador regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo (Dieese), Renato Lima.
Para ele, a decisão do governo federal de adotar uma política semelhante a que reivindicavam os sindicatos - com redução de impostos em áreas vitais para a economia - possibilitou o aumento do emprego em alguns setores, como a construção civil, o que, em parte, compensou o baixo rendimento e o desemprego gerado no segmento industrial.
"No cômputo geral, mesmo com o impacto da crise, a economia interna, dos próprios brasileiros, por meio da circulação de mercadoria e salários, diluiu o impacto maior provocado pela crise - o que não aconteceu nos outros países. Nesses países, que optaram pela continuação da política neoliberal de estrangulamento do crédito, os mercados internos não conseguiram dar pujança e obter resposta".
As declarações do coordenador regional do Dieese foram dadas à Agência Brasil em reunião realizada esta semana, no Rio de Janeiro, durante a 4ª Jornada Nacional de Debates, a Redução da Jornada de Trabalho e as Perspectivas para 2010.
O encontro reuniu centrais sindicais de todo País. A ideia era fazer um balanço e uma avaliação mais precisa sobre as negociações do acordo coletivo em 2009, em relação às metas pré-fixadas e às projeções do emprego e da renda para 2010.
"O debate vem demonstrando - por meio de uma série de estudos estatísticos, qualitativos e quantitativos - que no ano passado nós tivemos, diferentemente dos anos anteriores, um ano com características recessivas dado o impacto que teve, também aqui no Brasil, a crise financeira internacional - especificamente no setor industrial. A conclusão é que, mesmo com a crise, o movimento sindical conseguiu manter os níveis salariais e o nível de crescimento do emprego - uma vez que a queda foi muito pequena e ainda assim localizada".
"Por outro lado, o movimento sindical brigou muito pela valorização do salário mínimo e isto repercutiu em toda a cadeia da economia, pois mesmo as categorias que não o recebem [o salário mínimo] tiveram seus rendimentos valorizados e puxados para cima".
Para Lima, programas de transferência de renda do governo federal, como o Bolsa Família, também ajudaram na manutenção da demanda do mercado interno.
"O equilíbrio foi dado pelo aumento do consumo interno, que, incentivado pelos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e pela retirada de impostos de alguns produtos, ajudou o país e o trabalhador a ultrapassar este período turbulento da economia mundial". (Fonte: Agência Brasil)
O Brasil conseguiu manter a massa salarial e o nível do emprego ao longo da crise financeira de 2009, em relação a 2008. A avaliação foi feita pelo coordenador regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo (Dieese), Renato Lima.
Para ele, a decisão do governo federal de adotar uma política semelhante a que reivindicavam os sindicatos - com redução de impostos em áreas vitais para a economia - possibilitou o aumento do emprego em alguns setores, como a construção civil, o que, em parte, compensou o baixo rendimento e o desemprego gerado no segmento industrial.
"No cômputo geral, mesmo com o impacto da crise, a economia interna, dos próprios brasileiros, por meio da circulação de mercadoria e salários, diluiu o impacto maior provocado pela crise - o que não aconteceu nos outros países. Nesses países, que optaram pela continuação da política neoliberal de estrangulamento do crédito, os mercados internos não conseguiram dar pujança e obter resposta".
As declarações do coordenador regional do Dieese foram dadas à Agência Brasil em reunião realizada esta semana, no Rio de Janeiro, durante a 4ª Jornada Nacional de Debates, a Redução da Jornada de Trabalho e as Perspectivas para 2010.
O encontro reuniu centrais sindicais de todo País. A ideia era fazer um balanço e uma avaliação mais precisa sobre as negociações do acordo coletivo em 2009, em relação às metas pré-fixadas e às projeções do emprego e da renda para 2010.
"O debate vem demonstrando - por meio de uma série de estudos estatísticos, qualitativos e quantitativos - que no ano passado nós tivemos, diferentemente dos anos anteriores, um ano com características recessivas dado o impacto que teve, também aqui no Brasil, a crise financeira internacional - especificamente no setor industrial. A conclusão é que, mesmo com a crise, o movimento sindical conseguiu manter os níveis salariais e o nível de crescimento do emprego - uma vez que a queda foi muito pequena e ainda assim localizada".
"Por outro lado, o movimento sindical brigou muito pela valorização do salário mínimo e isto repercutiu em toda a cadeia da economia, pois mesmo as categorias que não o recebem [o salário mínimo] tiveram seus rendimentos valorizados e puxados para cima".
Para Lima, programas de transferência de renda do governo federal, como o Bolsa Família, também ajudaram na manutenção da demanda do mercado interno.
"O equilíbrio foi dado pelo aumento do consumo interno, que, incentivado pelos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e pela retirada de impostos de alguns produtos, ajudou o país e o trabalhador a ultrapassar este período turbulento da economia mundial". (Fonte: Agência Brasil)
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Geração de empregos no Brasil está no patamar de países ricos
BRASIL ECONÔMICO ONLINE (SP) • ÚLTIMAS NOTÍCIAS • 30/3/2010 • 22:23:21
O Brasil deve terminar o ano com um saldo de 2 milhões de novos empregos com carteira assinada. Essa é a projeção de economistas ouvidos pelo Brasil Econômico, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Se confirmado, o resultado será o maior da série histórica iniciada em 1992.
Na projeção do professor do Instituto de Economia da Unicamp, Cláudio Dedecca, o cenário de crescimento econômico aponta para a criação de no mínimo 2 milhões de empregos formais neste ano.
"Um crescimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) pode induzir a geração de 2 milhões de empregos formais. Caso a economia cresça 6%, é provável que tenhamos até 2,5 milhões de novas contratações", diz.
Com a melhora do cenário, a taxa de desemprego pode chegar ao menor patamar em 20 anos, de acordo com o diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Lúcio Ganz. "A taxa de desemprego aberto, que hoje está em 7,4% pode chegar a 6,5% no fim do ano", diz.
Acima da média
O volume de empregos a ser gerado neste ano também fica próximo à média de postos de trabalho criados por economias maiores e mais desenvolvidas nos seus mais recentes períodos de bonança, de acordo com levantamento do economista-chefe do banco Banif, Mauro Schneider.
De acordo com o estudo, a média anual de geração de empregos de 2003 a 2007 nos Estados Unidos foi de 1,9 milhão. No mesmo período, a Zona do Euro teve saldo positivo de 2 milhões de vagas por ano.
Segundo Schneider, a comparação mostra o quão expressiva é a recuperação da economia brasileira, já que se aproxima ao nível de economias com uma população economicamente ativa maior.
Nos EUA e na Zona do Euro, essa população, que indica o total com que pode contar o setor produtivo, é de cerca de 150 milhões. No Brasil essa população chega a 100 milhões de pessoas. "Isso significa uma geração de empregos que equivale a 2% do total da população economicamente ativa", diz.
Segundo ele, o Brasil passou por uma surpreendente rapidez na geração de novos empregos. "O nível de emprego se recuperou com a mesma velocidade com que caiu", diz. Essa velocidade na recuperação dos empregos, no entanto, deve ser reduzida após 2010.
"O principal elemento para que as contratações continuem a crescer é a confiança do empresariado na perspectiva do médio prazo", explica.
O dinamismo da economia brasileira anterior à crise foi o que favoreceu a recuperação rápida dos empregos perdidos durante a turbulência econômica, na opinião de Ganz, do Dieese.
"Diferentemente dos anos anteriores, a crise internacional pegou o Brasil mas não estava presente nele. Por ter uma situação econômica favorável, com superávit comercial, equilíbrio nas contas públicas e sistema bancário relativamente bem regulado, o Brasil foi menos impactado", diz.
O Brasil deve terminar o ano com um saldo de 2 milhões de novos empregos com carteira assinada. Essa é a projeção de economistas ouvidos pelo Brasil Econômico, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Se confirmado, o resultado será o maior da série histórica iniciada em 1992.
Na projeção do professor do Instituto de Economia da Unicamp, Cláudio Dedecca, o cenário de crescimento econômico aponta para a criação de no mínimo 2 milhões de empregos formais neste ano.
"Um crescimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) pode induzir a geração de 2 milhões de empregos formais. Caso a economia cresça 6%, é provável que tenhamos até 2,5 milhões de novas contratações", diz.
Com a melhora do cenário, a taxa de desemprego pode chegar ao menor patamar em 20 anos, de acordo com o diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Lúcio Ganz. "A taxa de desemprego aberto, que hoje está em 7,4% pode chegar a 6,5% no fim do ano", diz.
Acima da média
O volume de empregos a ser gerado neste ano também fica próximo à média de postos de trabalho criados por economias maiores e mais desenvolvidas nos seus mais recentes períodos de bonança, de acordo com levantamento do economista-chefe do banco Banif, Mauro Schneider.
De acordo com o estudo, a média anual de geração de empregos de 2003 a 2007 nos Estados Unidos foi de 1,9 milhão. No mesmo período, a Zona do Euro teve saldo positivo de 2 milhões de vagas por ano.
Segundo Schneider, a comparação mostra o quão expressiva é a recuperação da economia brasileira, já que se aproxima ao nível de economias com uma população economicamente ativa maior.
Nos EUA e na Zona do Euro, essa população, que indica o total com que pode contar o setor produtivo, é de cerca de 150 milhões. No Brasil essa população chega a 100 milhões de pessoas. "Isso significa uma geração de empregos que equivale a 2% do total da população economicamente ativa", diz.
Segundo ele, o Brasil passou por uma surpreendente rapidez na geração de novos empregos. "O nível de emprego se recuperou com a mesma velocidade com que caiu", diz. Essa velocidade na recuperação dos empregos, no entanto, deve ser reduzida após 2010.
"O principal elemento para que as contratações continuem a crescer é a confiança do empresariado na perspectiva do médio prazo", explica.
O dinamismo da economia brasileira anterior à crise foi o que favoreceu a recuperação rápida dos empregos perdidos durante a turbulência econômica, na opinião de Ganz, do Dieese.
"Diferentemente dos anos anteriores, a crise internacional pegou o Brasil mas não estava presente nele. Por ter uma situação econômica favorável, com superávit comercial, equilíbrio nas contas públicas e sistema bancário relativamente bem regulado, o Brasil foi menos impactado", diz.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Convite: Inauguração - CPAT Unidade Ouro Verde
A Prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria de Trabalho e Renda em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego têm a honra de convidar Vossa Senhoria para a inauguração do CPAT, Centro Público de Apoio ao Trabalhador - Agência Ouro Verde, com a presença do Excelentíssimo Senhor Prefeito de Campinas, Dr. Hélio de Oliveira Santos.
Data: 31 de março de 2010 (Quarta-feira)
Horário: 15h00
Local: Armando Frederico Righanetti, nº 61 piso superior Box 12 Terminal e Horto Shopping Ouro Verde
Data: 31 de março de 2010 (Quarta-feira)
Horário: 15h00
Local: Armando Frederico Righanetti, nº 61 piso superior Box 12 Terminal e Horto Shopping Ouro Verde
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